As previsões para a inflação de 2024 foram revisadas para cima pela oitava vez consecutiva, e para 2025, pelo nono período seguido. Além disso, as estimativas para o dólar também aumentaram para o intervalo de 2024 a 2027. Já a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 foi reduzida.

Essas informações foram divulgadas na última edição do Relatório Focus, publicado nesta segunda-feira (1/7) pelo Banco Central (BC). Os dados refletem a mediana das avaliações de aproximadamente 150 analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente pelo BC.

Em relação à inflação, a expectativa é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, feche este ano em 4%, ante 3,98% na semana passada. Este foi o oitavo aumento consecutivo da previsão para o indicador de 2024.

A projeção do IPCA para 2025 também subiu, sendo elevada pela nona vez seguida, agora estimada em 3,87%, contra 3,85% na semana anterior. Sete semanas atrás, estava em 3,66%. Para 2026, a previsão permaneceu em 3,60%, e para 2027, em 3,50%.

Aumento do dólar

As previsões para o dólar também foram elevadas pela segunda vez consecutiva para todos os anos analisados pelo Focus. Para 2024, a cotação foi de R$ 5,15 para R$ 5,20. Para 2025 e 2026, de R$ 5,15 para R$ 5,19. Já para 2027, subiu de R$ 5,18 para R$ 5,20. A alta nas projeções da moeda americana vem crescendo nas últimas três semanas para 2024 e 2026 e há quatro semanas para 2025 e 2027.

Taxa Selic permanece em 10,5%

A projeção para a Selic em 2024 foi mantida em 10,50% ao ano. Isso indica que os analistas de mercado não esperam uma redução da taxa básica de juros do país em 2024 pelo Banco Central. Para 2025, a Selic permaneceu em 9,50%. As previsões para 2026 e 2027 também não mudaram, mantendo-se em 9%.

Incertezas econômicas

A previsão para os juros básicos sofreu uma forte reversão há pouco mais de um mês. A partir de 22 de dezembro e durante as 16 semanas seguintes, o mercado manteve a previsão de 9% ao ano para 2024. Contudo, há cerca de dois meses, os especialistas aumentaram esse número para 9,13%, seguido por elevações para 9,50%, 9,63% e 9,75%.

O aumento na estimativa dos juros básicos resulta das incertezas econômicas tanto internacionais quanto domésticas. No exterior, o principal impasse está relacionado à taxa de juros nos Estados Unidos, que não deve ser reduzida em breve.

Dúvidas fiscais

No cenário interno, as dúvidas aumentaram desde a mudança da meta fiscal para 2025 e 2026, anunciada pelo governo Lula no mês passado. A tragédia no Rio Grande do Sul agravou esse cenário. Devido a essas incertezas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa de juros em 10,50% na última reunião, realizada nos dias 18 e 19 de junho.

Queda do PIB

No último Relatório Focus, a previsão para o PIB de 2025 foi reduzida de 2,00% para 1,98%. Para 2024, a estimativa foi mantida em 2,09%, e para 2026 e 2027, em 2%. A expectativa do PIB vinha em alta por cerca de dez semanas seguidas, e há pouco mais de um mês, estava em 1,85%. Até fevereiro, manteve-se estável em 1,60%.

Sobre o Relatório Focus

O Relatório Focus resume a mediana das expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. Publicado às segundas-feiras pelo Banco Central, o relatório traz a evolução semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As projeções são baseadas nas expectativas do mercado financeiro.

Foto: Agência Brasil