Harmonização Facial: profissionais da área apontam incoerências do odontológo que alega procedimento em Silvia Waiãpi

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A deputada federal Sílvia Waiãpi (PL-AP) teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) após ser acusada de utilizar R$ 9 mil do dinheiro de campanha para fazer tratamento estético de harmonização facial.

A denúncia inicial que chegou ao Ministério Público havia partido da então coordenadora de campanha da indígena, Maitê Mastop, endossada pelo dentista de Macapá, Wiliam Rafael Oliveira.

A reportagem procurou profissionais da área para analisar as fotos da parlamentar dois dias anteriores do suposto tratamento facial e alguns meses posteriores.

Para a cirurgiã-dentista Vanessa Silvestre, alguns pontos devem ser observados, entre eles, o montante de R$ 9 mil, que é uma quantia expressiva.

Segundo ela, dentre as principais técnicas mais utilizadas para realizar uma harmonização facial estão: preenchimento do rosto, aplicação de botox, lifting facial, microagulhamento, peeling, lipo enzimática e bichectomia.

Ainda segundo Vanessa, esse valor atenderia a alguns dos principais procedimentos para ter uma mudança significativa na face. 

“No caso da deputada, não se vê nada. É notório que o rosto dela não possui mudanças”, aponta.

Em tempo, o dentista responsável pelo tratamento, Wilian Rafael de Oliveira, afirmou em oitiva ter iniciado um procedimento de emagrecimento facial na parlamentar.

A cirurgiã-dentista explica o procedimento citado.

“No emagrecimento facial podemos realizar técnicas de botox na região de mandíbula, criando uma aparência mais esculpida e angular, um rosto mais fino e proeminente. Podemos utilizar também, nesse processo de emagrecimento, o procedimento de lipo de papada enzimática, que utiliza como base o ácido deoxicòlico, que age metabolizando as células de gordura, reduzindo a flacidez no pescoço e eliminado a papada”, instrui.

E questiona.

“Esses procedimentos, quando bem executados resultariam em resultados em torno de 30 dias. O que no caso, não podemos observar em fotos de antes e depois da deputada”.

Na mesma linha, a profissional da saúde  chama a atenção para o fato da deputada nao ter dado continuidade ao suposto tratamento.

E finaliza.

“Outros dois pontos a serem questionados: causa estranheza ele não lembrar o procedimento realizado na paciente, mas sabe o valor e forma de pagamento com exatidão. E o fato do mesmo ter emitido um recibo fiscal a mão, sem nenhum tipo de validade tributária. O correto seria uma nota fiscal”.

Outra especialista que comentou o caso, foi a biomédica esteta, Iris Gonzales, que aponta que não existe evidência de mudanças no rosto.

“Para o cálculo do valor final da harmonização facial teríamos que ter uma nova mulher. Mudanças significativas na expressão facial dela. O que não se vê”, apontou. 

Ainda segundo a biomédica, após a realização da harmonização facial, o rosto costuma ficar inchado e vermelho por alguns dias.

“É necessário o responsável mostrar o antes e o depois da paciente; e os produtos usados. Além disso, para caracterizar harmônicos teria que ter aumento de mandibulares, malare, boca, nariz e botox. E não existe isso”, avalia.

Fonte: JCO

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