O sistema provou mais uma vez por que você não deve acreditar em nada do que os políticos falam ou dizem defender.
Nesta terça-feira (20), os representantes dos três poderes se reuniram a pedido do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
A pauta era as chamadas Emendas Pix, que, segundo os ministros da Suprema Corte, deveriam acabar.
Nas palavras do ministro Flávio Dino, as Emendas Pix têm pouca transparência.
Mas é aqui que mora o “pulo do gato”: o Judiciário, antecipando-se para garantir “munição” e exercer maior influência sobre o Legislativo, resolveu ameaçar uma das maiores ferramentas “democráticas” desde o mensalão — e isso em pleno ano eleitoral, faltando poucas semanas para o dia da votação.
Concordo, uma verdadeira jogada de mestre em meio aos vazamentos dos diálogos dos juízes auxiliares do ministro acusado de utilizar recursos do TSE para conspirar e perseguir desafetos no campo político da direita. Como era de se esperar, as Emendas Pix continuam, mas agora sob maior fiscalização.
A reunião, que envolveu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ministros do governo — o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o advogado-geral da União, Jorge Messias — e os 11 integrantes do STF, foi um recado duro, um banho de realidade para as pessoas comuns que se agarram às possibilidades divulgadas por lideranças de movimentos.
PEC da Anistia também foi aprovada
O que fica evidente é que o interesse pelas Emendas Pix é geral, beneficiando todos os lados ideológicos: direita, esquerda e centro. Uma grande prova disso foi a recente aprovação da chamada PEC da Anistia, que de anistia política não teve nada. Enquanto os presos perseguidos continuam encarcerados, as dívidas e multas dos partidos foram anistiadas.
A votação no Senado, com um placar esmagador a favor da aprovação, teve a coordenação tanto da liderança da direita quanto da esquerda no Senado Federal.
A proposta, que agora vai para a promulgação da mesa do Senado e da Câmara Federal em sessão solene, foi realizada a toque de caixa em duas sessões.
Na primeira, o placar foi de 51 votos favoráveis contra 15, e na segunda, 54 votos favoráveis contra 16. Para a aprovação, eram necessários apenas 49 votos favoráveis.
Resumo:
Para quem consegue somar dois mais dois e tem o mínimo de cognição mental, fica evidente que a aprovação da PEC da Anistia e agora a manutenção das Emendas Pix, em meio aos pedidos de impeachment contra o Ministro Alexandre de Moraes, demonstra que o verdadeiro vencedor é o sistema. Tudo o mais é apenas uma massa de manobra, usada para validar e promover lideranças em meio a um teatro cuidadosamente orquestrado em nível nacional. O que nós, meros mortais, devemos entender é que a esperança no Brasil, de 2022 pra frente, é natimorta.
