Não chega a ser uma surpresa, mas não posso deixar de expressar uma ponta de decepção com o posicionamento de Tabata Amaral.
Mal a contagem terminou, declarou seu voto em Guilherme Boulos no 2º turno.
Por que decepção? Porque Tabata parecia ser uma esquerda esclarecida, da escola de FHC. Chamou-me a atenção quando votou pela reforma da previdência, contra a orientação do seu partido, o PDT, o que acabou resultando em sua expulsão.
Essa eleição de São Paulo é um divisor de águas para Tabata.
Se em 2022 Lula liderava uma frente ampla contra Bolsonaro, a frente ampla, agora, está com Nunes, que reúne desde o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas até o PSDB histórico, liderado pela família Covas, passando pelo centrão de Gilberto Kassab, sendo o próprio prefeito do MDB.
Do outro lado, temos Boulos apoiado por Lula. E só.
Tabata fez a sua escolha e pagará por ela nas próximas eleições.
Por Marcelo Guterman*
Marcelo é Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
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