O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que o Amazonas não tem recebido atenção suficiente do governo federal para enfrentar crises climáticas. Ele ressaltou que o Rio Grande do Sul, em função das enchentes que atingiram o estado, receberá R$ 98,7 bilhões, enquanto a região Norte, atingida por uma seca severa, terá acesso a R$ 514 milhões.
Ele destacou que a diferença de recursos é significativa, apesar de ambas as regiões enfrentarem graves problemas climáticos. Plínio cobrou um tratamento mais equilibrado por parte do governo federal.
“Essa diferença entre essas duas regiões, que sofrem terríveis problemas climáticos, deixa a nu e cru como se dá o tratamento a uma região e a outra.
E há uma pergunta embutida nesse processo: o que falta para o Amazonas receber uma ação desse tipo? Aqui não se trata de um senador amazonense questionando o Sul, um embate, não é nada disso.
Nossos irmãos merecem até muito mais no Sul, mas nós também merecemos atenção, e o que a gente quer é tratamento igualitário”, disse.
O parlamentar questionou também por que o Amazonas foi excluído da doação de sementes de arroz, anunciada para o Sul. Ele argumentou que, embora reconheça a necessidade de apoiar outras regiões, o Amazonas também deveria ser incluído nas políticas de fomento agrícola, dada a situação de isolamento e pobreza enfrentada pela população local.
O senador mencionou que a Embrapa já desenvolveu tecnologia para a produção de alimentos básicos, como arroz, feijão e milho em diversas regiões do Amazonas, em harmonia com as exigências ambientais. Ele criticou a falta de iniciativa do Ministério da Agricultura e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em implementar essas soluções.
“Quais os motivos pelos quais o Amazonas ficou de fora dessas doações, principalmente de semente de arroz, que agora o governo anuncia que o Ministério da Agricultura vai distribuir no Sul?
Nosso estado é isolado, vivendo todo o drama do isolamento e, ainda por cima, temos que enfrentar os ambientalistas que travam o cultivo e impõem as zonas econômicas exclusivas, ou seja, não se pode plantar. Crueldade com o nosso Amazonas”, lamentou.