Operação Puritas desvenda a participação de policiais no tráfico de drogas para o CV

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A Polícia Federal identificou dois policiais militares de Rondônia, um da Bahia e dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos no tráfico de drogas.

Os servidores eram responsáveis por transportar os entorpecentes e repassar informações internas para o grupo criminoso.

Os policiais estão entre os 15 alvos de mandados de prisão cumpridos pela PF no dia 7/11 no âmbito da Operação Puritas.

Eles obedeciam aos comandos do traficante José Heliomar de Souza, apontado pela PF como mentor intelectual, coordenador e líder da organização criminosa sediada em Porto Velho, em Rondônia, que mandava cargas de cocaína por via terrestre para a facção Comando Vermelho (CV) no Ceará.

Os policiais investigados:

Roberte Paulo Aguiar Souza, o cabo Aguiar. Lotado na Polícia Militar de Rondônia (PMRO) com salário de R$ 6.195,79, cabo Aguiar foi preso pela PRF, em janeiro de 2023, na cidade de Vilhena (RO), transportando 500 kg de cocaína em uma caminhonete. Atualmente ele se encontra foragido.

Gedeon Rocha de Almeida, vulgo G. Rocha. Sargento da PM de Rondônia, G. Rocha foi preso junto com o cabo Aguiar pela PRF em janeiro de 2023. Ele atuava como batedor do carregamento, ou seja, dirigia outro veículo para tentar avisar o companheiro sobre fiscalização na rodovia. O salário bruto de G. Rocha é de R$ 7.658,20, segundo portal da transparência do governo de Rondônia.

Francisco de Assis Araújo Melo. Policial Militar da Bahia (PMBA), Francisco Melo foi preso em flagrante em setembro de 2022 pela PRF no município de Icó, no Ceará. Ele transportava uma mala com R$ 689 mil de dinheiro em espécie e várias munições de fuzil. Em depoimento à época, o militar disse que pegou a mala com Heliomar, o chefe da organização, e que fez o transporte a pedido de um amigo, o PRF Diego Duarte, que também foi alvo da operação. O PM alegou ainda que não sabia o que tinha dentro e que buscou a mala em Fortaleza (CE). O salário bruto dele como cabo é de R$ 6.084,29, segundo dados de setembro do portal da transparência do governo do Estado da Bahia.

Diego Dias Duarte, vulgo “Robocop” ou “DDD”. Diego Duarte é Policial Rodoviário Federal (PRF), atualmente lotado no estado da Bahia. Ele também trabalhou na cidade de Guajará-Mirim (RO), área de fronteira com a Bolívia. Segundo as investigações, Diego atuava diretamente no transporte das drogas e consultava sistemas da PRF para abastecer o grupo criminoso de informações privilegiadas. Preso no dia 7, a PF encontrou na casa dele um cofre com R$ 580 mil e US$ 8,1 mil em espécie. O salário inicial de um PRF é R$ 11.670,33.

Raphael Ângelo Alves da Nóbrega. Agente da PRF, Raphael Ângelo foi preso transportando 542 kg de cocaína em Canarana (MT), em 2023. Assim como Diego, ele realizava a consulta em sistemas informatizados da PRF para que outros membros do grupo evitassem fiscalizações. Raphael chegou a ganhar um Jeep Pass como forma de pagamento pelo transporte da droga. Ele e Diego cobravam até R$ 2 mil por quilo de cocaína para fazer o frete. Raphael foi demitido pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em 24 de julho deste ano, em razão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

Fonte: jco

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