Nos últimos meses, Porto Velho enfrentou desafios significativos devido ao aumento das águas do Rio Madeira. O fenômeno trouxe preocupação para a população local, especialmente em áreas suscetíveis a inundações. No entanto, uma nova fase parece ter se iniciado: as águas estão recuando e estabilizando seu nível, oferecendo um alívio à população.
Nesta quarta-feira (7), o nível do Madeira marcou 14,89 metros, às 10h15, saindo da cota de alerta e entrando oficialmente na chamada cota de atenção. A mudança ocorre após meses de elevação crítica, quando chegou muito próximo da cota de inundação (17 metros). Os dados são da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Após intensas chuvas durante a estação chuvosa, as condições climáticas começaram a se estabilizar, dando espaço para que os níveis do rio voltem ao normal.
No dia 16 de março, o Madeira ultrapassou os 16 metros. A situação se agravou nas semanas seguintes, atingindo 16,76 metros em 9 de abril — próximo da cota de inundação, que começa a partir de 17 metros. Já em 20 de abril, o nível havia caído para 16,31 metros, sinalizando o início de uma tendência de baixa que se consolidou nas últimas semanas.
Apesar da redução, a Defesa Civil Municipal mantém o estado de atenção, já que 51 comunidades ribeirinhas continuam diretamente afetadas pelos impactos da cheia, sobretudo na região do Baixo Madeira. As consequências ainda são visíveis, com famílias desabrigadas e áreas isoladas.
Em razão da gravidade da situação, a Prefeitura de Porto Velho decretou Situação de Emergência no dia 10 de abril. A medida foi seguida pela suspensão das aulas por 15 dias em escolas situadas nas áreas mais atingidas pelas inundações. A condição emergencial foi reconhecida oficialmente pela União em 23 de abril, por meio da Portaria nº 1.228/2025 da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), o que permite ao município acesso a recursos federais para ações de resposta e recuperação.
Com os níveis das águas estabilizadas, a população de Porto Velho respira aliviada. As operações comerciais, bem como a vida cotidiana, começaram a retornar ao normal. Além disso, a redução do risco de alagamentos permite que os moradores se sintam mais seguros em suas casas. As autoridades municipais estão agora focadas em promover ações de recuperação e assistência àqueles que foram afetados no pico da cheia.