O ministro Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que não existe qualquer tipo de conflito de interesse em sua atuação em processos ligados à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mesmo com a existência de uma parceria entre a entidade e o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual é um dos fundadores.
As suspeitas ganharam força após Mendes ser designado relator de ações envolvendo Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. O ministro rejeitou pedidos de afastamento de Ednaldo e determinou sua recondução ao cargo em janeiro de 2024. Nesta quinta (15), no entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) voltou a afastar Ednaldo do comando da entidade, reacendendo a controvérsia.
Em entrevista ao portal UOL, Gilmar Mendes comentou:
“Eu sou sócio do IDP e, em dado momento histórico, o IDP aceitou uma proposta da CBF para realizar os cursos que a CBF Academy [instituição de ensino da entidade] fazia. Foi somente um contrato de direito privado dirigido pela direção do IDP. Não há conflito de interesse em relação a esta questão. O IDP é uma instituição extremamente conceituada no Brasil e no exterior”.
O ministro ainda explicou os trâmites de uma das ações:
“Houve um acordo feito entre três remanescentes nessas ações que corriam no Rio de Janeiro desistindo e retirando qualquer pleito ou queixa. Isso veio para cá [STF] e foi homologado por mim, que era o relator de um processo que tem conexão com esta matéria. Aí surgiram imputações de que um dos signatários não estaria em condições de fazer a assinatura, que seria falsa, ou muito provavelmente falsa”.
O comentarista político e economista Leandro Ruschel afirmou em suas redes sociais:
“Essa conversa expõe o nível de degeneração das instituições brasileiras”
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