O famoso conselho “faça o que eu digo, mas não o que eu faço”. Essa frase deve ter sido inventada por um político ou por um falso religioso qualquer. Mas provavelmente acredito que foi por algum politico desonesto. Porém, devemos dar exemplos pelas nossas atitudes e pelo que fazemos. Quem tem atitudes que não merecem servir de exemplo, não é digno de dar conselhos. Uma definição perfeita.
Lá atrás, o vereador Gilber Rocha Merces, candidato à reeleição pelo Partido Liberal – PL, investiu pesado na divulgação de sua renúncia ao “fundo eleitoral”. Aquele famigerado recebimento de verbas oriundas de Fundo de Financiamento de Campanha, chamado de Fundo Partidário. Gilber usava sua renúncia como bandeira da honestidade. Há época, o vereador chegou a gravar na sede do Partido, na época o Podemos protocolando documento renunciando o recebimento da verba, alegando que sua campanha não teria uso de dinheiro público.
“Não acho razoável usar dinheiro do contribuinte para bancar campanhas eleitorais. A população não aguenta mais esse tipo de absurdo”, dizia Gilber. Na época, houve até uma mobilização para que os recursos do Fundo Eleitoral fossem destinados ao combate à COVID-19. Por diversas vezes, Gilber usou as redes sociais para divulgar o que seria um nível elevadíssimo de consciência, agora transformado em uma lastimável hipocrisia.
Até então, para muitos, era uma atitude honrosa digna de ser aplaudida, como de fato o candidato merecia. A forma como Gilber conduzia sua renúncia ao “fundo eleitoral” e interagia com o público demonstrava um compromisso genuíno com a comunidade e seus eleitores. Muitos seguidores até apoiaram aquela atitude. Mas tudo era só da boca para fora, na prática a realidade é outra.
Pois bem, acontecimentos recentes revelaram um cenário inesperado envolvendo o “paladino da honestidade”. Divulgações no site eleitoral indicam que esse indivíduo recebeu uma quantia vultuosa em doações partidárias. Essa revelação levanta questões sobre a integridade e transparência do financiamento político em nossa sociedade, combatida veementemente pelo eminente vereador.
De acordo com informações divulgadas recentemente, no portal divulgacandcontas.tse.jus.br, revelaram que o vereador Gilber Rocha Merces recebeu R$ 150.000,00 do fundo partidário. Essa soma considerável levanta questionamentos sobre as razões por trás de sua renúncia do fundo, aparentemente feita com a intenção de apresentar uma imagem de honestidade.
Segundo informações extraoficiais, algumas coligações formadas em alguns municípios garantem que postulantes de determinado partido recebam transferências de verbas desse fundo por outras agremiações. E parece que alguns deles driblam a renúncia e recebem recursos públicos por meio de outras candidaturas ou legendas.
De qualquer forma, aparentemente esse tipo de comportamento não bate com os discurso e muito menos com a postura de um representante do povo.
Parece que a bandeira da honestidade levantada por Rocha como combatente do “mau-caratismo politico” e sobretudo, paladino da moralidade era só da boca pra fora.
Conversando com amigos do meio político, pessoas com reconhecido saber, muitos dizem que Gilber, no fundo, faz jus à mensagem da frase em epígrafe: “faça o que digo, mas não faça o que eu faço”.
Sabe a história do ‘feitiço virar contra o feiticeiro’?
Foi bem por aí. Parece que o ainda vereador Gilber tentou passar uma imagem de super honesto para seus eleitores com propaganda de honestidade, transparência e ética, mas acabou sendo desmascarado. Provavelmente por conta de suas ações que se mostraram incompatíveis com suas palavras. A hipocrisia de má-fé normalmente se revela de forma misteriosa e, geralmente, mina a integridade daqueles que tentam se promover com a honestidade.
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