Prefeitura de Porto Velho ignora crimes ambientais da Ecoparque e põe em risco saúde da população (veja o vídeo)

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Um vídeo enviado por moradores ao jornal, revela o que pode ser considerado um grave crime ambiental em curso em Porto Velho. A estrutura de contenção de chorume no aterro do Ecoparque — administrado pela empresa Amazon Fort — estourou, liberando líquido tóxico por toda a área do lixão. O episódio, além de alarmante, levanta sérias questões sobre a negligência das autoridades municipais, especialmente da atual gestão do prefeito Léo Moraes.

Apesar da gravidade da situação, nenhuma ação emergencial foi anunciada até o momento. A Prefeitura insiste em querer a Amazon Fort como a nova responsável pela coleta e destinação de resíduos sólidos da capital, mesmo com o histórico judicial controverso da empresa. A alegação do prefeito é que a cidade vive um “caos” na coleta de lixo, justificando a contratação emergencial — uma decisão que parece ignorar completamente os impactos ambientais e sanitários que já estão em curso.

De aterro a lixão: a regressão de Porto Velho

O que deveria ser um aterro sanitário segue, na prática, os moldes de um lixão a céu aberto. Acúmulo de resíduos fora da capacidade diária, descarte irregular de eletrodomésticos, metais e entulhos de construção civil, ausência de cobertura adequada e falhas nos sistemas de drenagem e impermeabilização revelam o total descumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010).

Além disso, há indícios de que o chorume — um líquido altamente tóxico proveniente da decomposição do lixo — esteja contaminando o solo e, possivelmente, os lençóis freáticos da região, agravando o risco para comunidades vizinhas.

Retrocesso ambiental sob conivência do poder público

Durante a gestão anterior, de Hildon Chaves, Porto Velho deu um passo importante ao fechar o lixão da Vila Princesa, consolidando um marco de responsabilidade ambiental e social. A atual gestão, no entanto, parece caminhar na contramão do progresso. Em apenas 100 dias de governo, o prefeito Léo Moraes não só endossa com recursos públicos uma empresa com passivos ambientais, como fecha os olhos para a realidade no Ecoparque.

Relatórios não oficiais, imagens de drones e denúncias de moradores indicam que o local opera sem o mínimo de controle técnico. Não há tratamento adequado de efluentes, os piezômetros — equipamentos essenciais para o monitoramento do solo e líquidos internos — não estariam sendo utilizados corretamente, e a recirculação de chorume internamente, sem tratamento adequado, pode estar agravando a poluição ambiental.

Órgãos de fiscalização nada fazem

Diante das denúncias, o silêncio dos órgãos ambientais e de controle também chama atenção.  A omissão do poder público, tanto na fiscalização quanto na cobrança de responsabilidades, fortalece o cenário de impunidade ambiental.

Porto Velho, que tanto avançou no controle de seus resíduos nos últimos anos, agora corre o risco de transformar-se novamente em um símbolo de negligência e colapso ambiental. A população, por sua vez, segue vulnerável aos efeitos de um modelo de gestão que ignora o básico: saúde pública, responsabilidade ecológica e respeito às leis.

rondoniagora

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