O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello foi detido pela Polícia Federal (PF) na madrugada desta sexta-feira (25/4), no aeroporto de Maceió (AL), enquanto se preparava para embarcar em um voo com destino a Brasília (DF). Segundo nota de seus advogados, ele pretendia se apresentar voluntariamente à Justiça para iniciar o cumprimento de uma pena de 8 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionados a irregularidades na BR Distribuidora.
A ordem de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a rejeição dos recursos apresentados pela defesa de Collor contra sua condenação, estabelecida em 2023 no contexto da Operação Lava Jato. De acordo com informações da imprensa, a abordagem dos agentes federais ocorreu de forma tranquila e o ex-presidente não apresentou resistência.
Collor, que viajava em voo comercial marcado para decolar às 4h50, estava acompanhado apenas por um segurança. Após a prisão, ele foi conduzido à sede da Superintendência da PF em Alagoas, onde permanece sob custódia, enquanto aguarda decisão do STF sobre sua possível transferência para Brasília.
A defesa do ex-presidente divulgou nota manifestando surpresa com a decisão do ministro Moraes, classificando como “preocupante” a recusa, de maneira monocrática, do recurso de embargos de infringentes que havia sido protocolado nos autos da Ação Penal 1025. Os advogados argumentam que ainda havia questões pendentes a serem avaliadas pelo Plenário do Supremo, incluindo a alegada prescrição apontada após o trânsito em julgado, além do mérito do recurso que, segundo eles, teria respaldo da maioria dos ministros.
Os representantes legais de Collor reiteraram que ele não tinha intenção de se furtar à Justiça e confirmaram que sua viagem a Brasília seria justamente para dar início espontâneo ao cumprimento da pena, conforme estabelecido na decisão judicial.