Pelo visto, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet não queria mais prosseguir, mas não permitiram que abandonasse o barco. Em entrevistas e declarações, Gonet deixou escapar o que realmente assombra sua mente. Indica que, mesmo no exercício de suas funções, não estão isentos de medos e ansiedades. Certamente, a responsabilidade de tomar uma decisão como essa sabe que pode afetar sua vida e pode causar um certo nível de preocupação que, muitas vezes, não é visível ao público.
No requerimento que fez pedindo a abertura de inquérito contra Eduardo Bolsonaro, o ‘medo’ está implícito.
Eis o que diz Gonet:
“As medidas referidas nas manifestações do Sr. Eduardo Bolsonaro, nos seus próprios dizeres, englobam cassação de visto de entrada nos EUA, bloqueio de bens e valores que estejam naquele país, bem como a proibição de estabelecer relações comerciais com qualquer pessoa física e jurídica de nacionalidade americana ou que tenha negócios nos Estados Unidos.
A excepcional gravidade das medidas por que o Sr. Eduardo Bolsonaro se bate, enérgica e porfiadamente, junto ao alto escalão do governo do país setentrional pode ser medida pelo modo como o Sr. Eduardo Bolsonaro a elas se refere, e que corresponde à sua qualificação generalizadamente conhecida: trata-se de uma pena de morte civil internacional”.
Sim, eis a constatação:
“Trata-se de uma pena de morte civil internacional”.
Vale ressaltar que o “medo” é uma parte natural da vida, especialmente para aqueles em posições de poder e responsabilidade. Esse sentimento pode ser tanto um motivador quanto um obstáculo. Ao endereçar essas inquietações, o indivíduo deve buscar o equilíbrio entre a pressão do cargo e sua vida pessoal. Em última análise, suas reflexões nos lembram que, por trás de títulos e responsabilidades, existem seres humanos que também têm suas inseguranças e desafios emocionais.