Estranhamente, Moraes mantém apenas um sigilo na delação de Mauro Cid

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Apesar da retirada do sigilo da delação do tenente-coronel Mauro Cid nesta quarta-feira (19), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter sob sigilo as gravações da audiência em que ele foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão partiu do próprio gabinete de Moraes.

As cópias dos vídeos serão disponibilizadas apenas às defesas envolvidas no caso e ao Ministério Público. O argumento para a restrição é a necessidade de resguardar a privacidade e a segurança de servidores e juízes auxiliares. O gabinete de Moraes esclareceu que o material não será divulgado ao público, nem mesmo com edições que protejam a identidade dos envolvidos.

Durante a audiência, Cid teria alterado sua versão sobre aspectos cruciais da suposta trama golpista. Segundo informações, Moraes ameaçou decretar sua prisão, revogar a colaboração premiada e aprofundar investigações que poderiam alcançar seus familiares.

A delação do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro foi a base da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-mandatário na última terça-feira (18).

Ao justificar a liberação do conteúdo da delação, Moraes afirmou que o sigilo geral sobre a colaboração premiada deixou de ser necessário, pois não há mais risco à preservação do interesse público, nem ao colaborador ou às investigações.

No mesmo despacho, o ministro estipulou um prazo de 15 dias para que as defesas dos denunciados apresentem suas manifestações. Somente após esse período a Primeira Turma do STF analisará se aceita ou não a denúncia da PGR. Caso seja aceita, os investigados passarão à condição de réus.

Moraes também destacou que os prazos processuais serão simultâneos para todos os denunciados, incluindo Cid, ressaltando que apenas réus, caso a ação penal seja instaurada, terão o direito de apresentar alegações finais após as manifestações das defesas dos colaboradores.

Ao longo dos últimos meses ficou claro que Mauro Cid estava atirando para todos os lados. É importante ressaltar que, em março de 2024, Cid foi preso novamente por descumprimento de cautelares impostas e por obstrução de Justiça. Na ocasião, houve o vazamento de áudios em que o ex-ajudante de ordens critica a atuação do relator dos casos, ministro Alexandre de Moraes, e afirma que foi pressionado pela PF a delatar episódios dos quais não tinha conhecimento ou “o que não aconteceram”.  Agora ficou bem claro o que o “sistema” queria…

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